Eu odeio me sentir sozinha. Odeio ser a pessoa sempre deixada pra trás.

Odeio ter que ser independente. Não porque odeio a independência, mas porque ela me foi condicionada desde sempre.

Odeio não saber pedir ajuda, porque todas as vezes que pedi recebi "não".

Também odeio que não percebam que não estou bem.

Odeio precisar resolver tudo sempre e odeio ser tão compreensiva com tudo.

Odeio a mim mais que tudo porque sei que o problema sou eu.

Odeio ser um problema tão grande que ninguém consiga ficar ao meu lado. Aparentemente ninguém quer lidar.

Odeio me sentir tão sozinha assim. Odeio ter que tomar todos esses remédios na esperança de não acordar amanhã.

Odeio não ter um colo pra descansar. Pra chorar. Pra recarregar as energias. Odeio que ninguém realmente se importe comigo.

Odeio que meu relacionamento tenha acabado, pois fico lembrando daqueles vídeos onde as pessoas falavam "ou essa é a pessoa com quem vou me casar ou vai ser o término mais doloroso da minha vida". Está sendo.

Odeio a minha cabeça.

Odeio essa cidade.

Odeio que eu queira me cortar tão fundo agora a ponto de arranhar um osso.

Odeio a minha mãe e isso não é um problema por drama adolescente.

Odeio estar chorando porque não consigo lidar com meus sentimentos sem me debulhar em lágrimas.

Odeio esse transtorno alimentar maldito que me fez comer igual a um leão hoje.

Odeio minha aparência.

Eu odeio tantas coisas. 

Odeio estar viva e sentir todas essas coisas ruins.

E eu queria tanto encontrar amor.

Mas eu também odeio o fato de que eu não acredito mais nisso. Vindo seja de onde for.

~Gabby L.R~