Apesar de não gostar da vida eu me sentia muito atormentada pela ideia de morrer e não deixar nenhuma marca pra trás.

Somos 7 bilhões de pessoas no mundo, e a maioria vai ter nome e rosto esquecido assim que partir (ou assim que as pessoas com quem interagia frequentemente morrerem também e matarem as próprias lembranças).

Recentemente comecei a ficar bem mais tranquila em relação a isso. Acho que uma existência curta, apagada, esquecida e devorada pelo tempo é melhor do que permanecer aqui numa busca incessante de significados e manchas pela história.

Não vejo mais sentido em buscar paz na atuação, em publicar livros, em dar palestras relevantes pelo mundo, em ser destaque na minha área de trabalho e nem nada dessas coisas.

Também não vejo sentido em estar viva, mas continuo mesmo assim porque o caminho contrário não rolou.

Sigo simplesmente na vasta exatidão de ser quem sou ao mesmo tempo em que percebo que a vastidão inteira está vazia. É só casca, só uma mísera folha em branco que eu não vou rabiscar.

Perdi o interesse.

~Gabby L.R~